O que é CVE?

O CVE (Common Vulnerabilities and Exposures) é um dos principais mecanismos usados para identificar e rastrear falhas de segurança, sendo uma ferramenta essencial na proteção contra ataques cibernéticos. 

Entender os riscos e vulnerabilidades das infraestruturas digitais tornou-se uma prioridade para empresas e profissionais de TI. 

A seguir, veja mais detalhes do que é o CVE, como ele define e categoriza vulnerabilidades, e como a sua implementação pode ajudar a proteger dados sensíveis e evitar prejuízos significativos para as empresas.

 O que é CVE e qual é o seu objetivo?

O CVE é um sistema de nomenclatura utilizado para identificar e catalogar vulnerabilidades e exposições conhecidas em sistemas de software e hardware. 

Criado em 1999 pelo MITRE Corporation, o objetivo do CVE é fornecer uma referência única para facilitar a comunicação sobre falhas de segurança, tanto entre desenvolvedores quanto entre profissionais de TI, permitindo que as vulnerabilidades sejam tratadas de forma eficaz.

Por meio desse sistema, a indústria de TI ganha uniformidade na identificação de problemas de segurança, permitindo uma resposta coordenada por meio de atualizações e patches de segurança. 

Como o CVE define vulnerabilidades?

A definição de uma vulnerabilidade no contexto do CVE envolve a identificação de falhas que podem ser exploradas por atacantes para comprometer a segurança de sistemas. 

Para que uma falha seja registrada como um CVE, ela deve ser uma vulnerabilidade conhecida que possa ser explorada por atacantes para realizar ações maliciosas, como a execução de código não autorizado, a elevação de privilégios, o vazamento de dados ou a interrupção dos serviços.

Essas vulnerabilidades podem ocorrer em sistemas operacionais, aplicativos, dispositivos de rede e até mesmo em componentes de hardware. A classificação do CVE, portanto, se aplica a qualquer tipo de sistema suscetível a falhas exploráveis por usuários maliciosos.

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Vulnerabilidades vs. exposições

A principal diferença entre vulnerabilidades e exposições está em sua definição técnica. Vulnerabilidades referem-se a falhas de segurança que podem ser exploradas diretamente por atacantes. Elas são frequentemente associadas a erros de programação ou configurações incorretas, como falta de validação de entrada ou o uso de senhas fracas.

Já as exposições não representam falhas diretas de segurança, mas tornam os sistemas suscetíveis a ataques. Uma exposição pode ocorrer quando dados sensíveis são indevidamente acessíveis a terceiros ou quando as informações são transmitidas de maneira insegura, mesmo que o sistema em si não tenha uma falha técnica crítica. 

Em muitos casos, uma exposição pode ser tratada por uma configuração correta ou pela implementação de criptografia adequada.

Portanto, embora ambas sejam ameaças à segurança, as vulnerabilidades são falhas ativas, enquanto as exposições envolvem uma falta de precaução que torna os sistemas vulneráveis a ataques.

Impactos das vulnerabilidades nas empresas

As vulnerabilidades de segurança, especialmente quando não são corrigidas rapidamente, podem ter sérios impactos nas empresas. 

O primeiro e mais evidente é o prejuízo financeiro causado por ataques que exploram falhas nos sistemas, como o caso de ransomware, onde as empresas podem perder o controle sobre seus dados e até ser obrigadas a pagar resgates. 

Além disso, as vulnerabilidades podem comprometer a confiança do cliente, uma vez que os dados dos clientes e informações confidenciais podem ser vazados ou utilizados de forma indevida.

Outro grande impacto são as interrupções operacionais. Empresas podem enfrentar paralisações temporárias enquanto corrigem as falhas de segurança, o que resulta em perda de produtividade e impacto direto nas operações. 

Em alguns casos, as vulnerabilidades também podem afetar a reputação da marca, o que pode levar a uma perda significativa de clientes e oportunidades de negócios no longo prazo.

Prejuízos causados pelas exposições de dados

Embora as exposições de dados não representem uma falha técnica ativa como as vulnerabilidades, elas também acarretam sérios prejuízos financeiros e operacionais. 

Quando dados sensíveis ficam acessíveis a terceiros sem proteção adequada, as empresas ficam expostas a ataques de phishing, roubo de identidade e outras fraudes, que podem prejudicar tanto a organização quanto os clientes.

As exposições também podem resultar em conformidade e problemas legais, especialmente quando envolvem dados de clientes ou informações pessoais sensíveis, conforme regulamentações como a LGPD e o GDPR. Ou seja, as empresas podem enfrentar multas pesadas caso não estejam em conformidade com essas leis, além de possíveis processos judiciais.

Sobretudo, a falta de precauções adequadas, como criptografia ou controles de acesso adequados, também pode levar a perdas de dados e comprometimento de sistemas, prejudicando a continuidade dos negócios. 

Quais são os benefícios do CVE?

O CVE oferece uma série de benefícios essenciais para a segurança corporativa e a administração de sistemas de TI:

  1. Padronização na comunicação: o CVE estabelece uma nomenclatura única para identificar falhas de segurança, o que facilita a comunicação entre diferentes profissionais de TI, desenvolvedores e equipes de segurança.
  2. Melhoria na resposta a incidentes: com a padronização e a identificação rápida das vulnerabilidades, as empresas podem tomar medidas corretivas mais eficazes, como aplicar patches de segurança e realizar auditorias.
  3. Facilidade na priorização de riscos: ao catalogar falhas conhecidas, o CVE permite que as empresas priorizem a correção de vulnerabilidades de acordo com sua gravidade e impacto potencial.
  4. Apoio na conformidade regulatória: muitas regulamentações, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e a GDPR (General Data Protection Regulation), exigem que as empresas garantam a segurança de seus sistemas e a proteção de dados. O CVE oferece uma maneira estruturada de atender a essas exigências.

O que se qualifica como um CVE?

Para que uma vulnerabilidade seja qualificada como CVE, ela deve atender a alguns critérios essenciais. 

  1. Primeiro, a falha deve ser publicamente conhecida e documentada, o que permite que os profissionais de segurança respondam rapidamente; 
  2. Segundo, ela deve ter o potencial de ser explorada para causar danos significativos, como a execução de código malicioso ou o vazamento de informações sensíveis; 
  3. Finalmente, a vulnerabilidade precisa ser única, ou seja, não pode ser uma duplicata de falhas previamente catalogadas.

Esses critérios garantem que o CVE seja um sistema eficiente e focado em vulnerabilidades que realmente representem uma ameaça, permitindo que as empresas concentrem seus esforços de mitigação nas questões mais críticas.

Como os IDs de CVE são atribuídos: CNAs e raízes

Os IDs de CVE são atribuídos por uma rede de organizações chamadas CNAs (CVE Numbering Authorities). Essas entidades autorizadas têm a responsabilidade de identificar e registrar novas vulnerabilidades. 

O MITRE Corporation, que coordena o sistema CVE, atua como uma autoridade central, mas várias outras organizações, como fornecedores de software e especialistas em segurança, também atuam como CNAs.

Cada CVE registrado recebe um identificador único (ID), como CVE-2025-12345, que segue um formato padronizado. Esse ID facilita a busca, o rastreamento e a comunicação sobre vulnerabilidades específicas. No entanto, a responsabilidade pela atribuição do ID recai sobre os CNAs, que também são encarregados de fornecer detalhes técnicos sobre a falha identificada.

Ciclo de vida do registro de CVE

O ciclo de vida do CVE começa com a descoberta de uma vulnerabilidade. Uma vez identificada, a falha é analisada e, se for considerada significativa, é registrada com um ID único. Em seguida, ela é publicada no banco de dados do CVE e disponibilizada para o público e para as organizações de segurança.

Após o registro, as empresas e desenvolvedores são incentivados a corrigir a falha por meio da implementação de patches ou atualizações. A vulnerabilidade é monitorada para verificar se as correções são eficazes e se novas informações surgem. 

O CVE pode ser atualizado à medida que mais detalhes sobre a vulnerabilidade se tornam disponíveis, e as empresas continuam a aplicar correções conforme necessário.

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O que é Common Vulnerability Scoring System (CVSS)?

O Common Vulnerability Scoring System (CVSS) é um sistema utilizado para avaliar a gravidade de uma vulnerabilidade. Ele atribui uma pontuação de 0 a 10, com base em vários fatores, como a facilidade com que a vulnerabilidade pode ser explorada, o impacto de uma exploração bem-sucedida e a disponibilidade de meios para mitigá-la.

O CVSS é amplamente utilizado para priorizar a correção de falhas de segurança, permitindo que as organizações se concentrem nas vulnerabilidades mais graves. 

Por exemplo, uma falha com uma pontuação de 9 a 10 será tratada com mais urgência do que uma pontuação de 3 a 4. Isso ajuda as equipes de segurança a alocar recursos de forma eficiente e a proteger melhor seus sistemas.

3 principais bancos de dados de CVE

Existem vários bancos de dados que centralizam as informações sobre vulnerabilidades registradas. Os três principais são:

  1. National Vulnerability Database (NVD): oferece uma visão mais detalhada das vulnerabilidades de segurança, indo além da descrição encontrada na estrutura MITRE.Esse banco de dados proporciona uma análise profunda, além de incluir detalhes adicionais sobre a severidade e impacto de cada falha de segurança, ajudando os profissionais a compreenderem os riscos associados.
  2. Plataforma de avaliação de vulnerabilidade (Vulners): uma plataforma que mantém um banco de dados atualizado com as últimas vulnerabilidades e explorações descobertas. Ele fornece registros completos de falhas de segurança, incluindo identificadores, descrições detalhadas e informações sobre a gravidade.Além disso, oferece ferramentas úteis como scanners de vulnerabilidades, plugins para o Nmap, e uma extensão de navegador, além de contar com um sistema de inteligência artificial para avaliação de vulnerabilidades.
  3. Banco de dados de vulnerabilidade (VulDB): é um repositório que acompanha todas as falhas de segurança reportadas, fornecendo informações valiosas para pesquisadores e profissionais de segurança.Esse banco de dados oferece uma plataforma gratuita para gerenciamento de vulnerabilidades, inteligência contra ameaças e apoio na resposta a incidentes, sendo amplamente utilizado para acompanhar e reagir rapidamente a novas descobertas de falhas.

Tire suas dúvidas e conte com o time de especialistas MOVTI!

Compreender o que é CVE e como funciona é essencial para profissionais de segurança cibernética que buscam proteger suas redes e dados contra-ataques. 

Ao usar esse sistema, as organizações conseguem identificar e corrigir falhas de segurança de maneira estruturada e eficiente, garantindo uma resposta ágil a vulnerabilidades e a conformidade com regulamentações de segurança. 

Converse com um de nossos especialistas e tire suas dúvidas!

 

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