Considere a sua jornada profissional e responda: o que você prefere? Um líder cabeça dura, que enxerga seus colaboradores apenas como idealizadores de suas próprias ideias; ou um líder digital que está aberto para o novo e que considera a opinião de outros gestores e da equipe?
A resposta parece óbvia, mas muitas empresas ainda contam com líderes que resistem a mudanças e ignoram a transformação digital. São os chamados líderes tradicionais.
Se até alguns anos atrás esse modelo de liderança funcionava, mais enfaixado e sem assumir riscos, hoje a figura é bem diferente. Em meio à nova revolução industrial, também chamada de indústria 4.0, a nova geração de profissionais combinada com os avanços da tecnologia pede por um bom e indispensável líder digital.
Quem é o líder digital?
Ao contrário do líder tradicional, que não consegue se adequar às mudanças, o líder do século XXI passou a respeitar as diferenças e aprendeu a ouvir opiniões distintas. Uma pessoa que compreende o lado humano e sabe aproveitar o que cada um tem de melhor gera resultados mais positivos – tanto para a equipe, quanto para a empresa. Melhores desempenho e motivação, além de resultados expressivos devido ao aumento da produtividade, são apenas alguns dos frutos colhidos pela organização nesses casos.
Segundo um artigo publicado pela Deloitte em fevereiro de 2017, o desenvolvimento de liderança ainda é um grande desafio para negócios do mundo inteiro.
“Atualmente, líderes de alta performance precisam de habilidades e experiências distintas das gerações passadas, e muitas organizações não se prepararam rápido o suficiente para desenvolver líderes digitais, promover líderes jovens e construir novos modelos de liderança.”
Como nunca antes, as organizações precisam de líderes totalmente diferentes dos profissionais do passado. Não apenas fortes e responsáveis, mas mais ágeis, prontos para enfrentar a Transformação Digital e suas tecnologias.
A liderança como esforço conjunto
Nesse mesmo artigo, a Deloitte afirma que a ideia de ter o líder como um herói está ultrapassada. Hoje, grandes multinacionais enxergam a liderança como um esforço do grupo e prezam pela contratação de CEOs e supervisores que saibam trabalhar em equipe e funcionem bem em conjunto. Google, Lyft, GE, IBM, Xerox, Nestlé e Mastercard já dividem essa mesma visão sobre o líder digital.
Atualmente, 90% das organizações passam por programas de reformulação para tornarem-se mais dinâmicas, conectadas e centradas na equipe de colaboradores. “Essas mudanças exigem não apenas novos modelos de negócio, como também um tipo distinto de liderança para mobilizar e executar esses modelos.”
Quais são as habilidades do líder digital?
Uma pesquisa da DWG chamada “The Inside-Out Digital Leader” compilou uma lista com 8 habilidades consideradas essenciais para este novo conceito de liderança. São elas:
#1 Alfabetização digital: todo o conhecimento necessário para tirar o melhor proveito possível da transformação digital.
#2 Visão digital: saber desenvolver e articular uma estratégia digital ambiciosa para a organização.
#3 Advocacia: agir como um agente de mudanças dentro da empresa, incentivando outros colaboradores a abraçar as mudanças e entender sobre elas.
#4 Presença: estar digitalmente presente no local de trabalho, contribuindo para a criação e a colaboração.
#5 Comunicação: estabelecer um estilo de comunicação bidimensional com a utilização dos canais digitais.
#6 Adaptabilidade: adaptar-se às mudanças tecnológicas e promover momentos de experimentação e inovação, com base em estratégias de negócios.
#7 Autoconsciência: estar ciente sobre o próprio impacto no ambiente de trabalho digital.
#8 Consciência cultural: promover uma cultura que permita formas de trabalho online, mantendo-se sempre sensível às diferenças culturais existentes.
A diferença está nos princípios
Assim como as 8 habilidades consideradas indispensáveis para o líder digital, a DWG também publicou uma lista de princípios que considera importantes. Que nota você daria à atual liderança de sua organização nestes quesitos?
#1 Não mandar; conversar: parar de comandar e controlar, e passar a inspirar, incentivar e incluir.
#2 Desenvolver mentalidade digital: adotar as facilidades da tecnologia para liderar e reinventar o negócio.
#3 Ir além: fugir dos padrões e ultrapassar os limites da organização.
#4 Ser orientado por dados: adotar uma abordagem que utiliza dados concretos para a tomada de decisões e incitar que a equipe faça o mesmo.
#5 Arriscar-se: estar preparado para arriscar e experimentar.
#6 Empoderar a equipe: desencadear processos criativos que utilizem a transformação digital na organização.
Mark Zuckerberg, o cara por trás do Facebook, em uma palestra para alunos da Stanford University, revelou que o maior risco no mundo dos negócios é não correr nenhum risco. Para ele, “em um mundo que está mudando rapidamente, a única estratégia que vai falhar na certa é não se arriscar.”
Isso foi no final de 2011, já uma prévia do que seria exigido dos novos líderes da era digital. Com base nisso, o que você tem a dizer sobre a liderança da sua empresa?