Já faz algum tempo que o assunto transformação digital tem sido exaustivamente discutido. Contudo, o ano de 2020 deixou explícito que esta estratégia não pode mais ser considerada um investimento para o futuro, mas sim uma obrigação imediata para as empresas que querem se manter competitivas. 

Segundo a publicação The case for digital reinvention, da empresa de consultoria empresarial norte-americana McKinsey, apenas 40% das empresas estão completamente digitalizadas. 

E quanto maior fica este número, aumenta proporcionalmente a dificuldade de geração de receita e lucro das corporações que ainda não passaram pela transformação digital ou estão com suas estratégias muito iniciais.

A publicação ainda diz que as estratégias digitais arrojadas e fortemente integradas serão o maior diferenciador entre as empresas que ganham e as que não ganham. Porém, para alcançar o sucesso, não basta apenas investir em tecnologia e novos modelos de negócio. Tão importante quanto estes fatores está a transformação cultural da corporação e de todo o corpo profissional que a completa.

Mas o que, afinal, é transformação cultural e por que ela é tão importante para as empresas? Este texto vai explicar as dificuldades enfrentadas e dar dicas de como implementar uma cultura organizacional voltada à transformação digital.

 

Boa leitura!

 

O que é a transformação cultural  

 

Uma iniciativa digital bem-sucedida vai muito além de dinheiro para investir e tecnologia para integrar. Uma empresa não é feita apenas de processos e sistemas. Sem pessoas dedicadas a fazerem os negócios decolarem, estas tecnologias não têm nenhum tipo de utilidade.

Vamos pensar numa equipe que tem à disposição uma ferramenta com altos níveis de proteção de dados, mas que no final do dia ainda salva seus documentos em um pen drive e leva para casa. 

Ou uma plataforma que oferece relatórios em tempo real, mas que o próprio líder não sabe como tirar insights valiosos das informações apresentadas. Todo o investimento nestas ferramentas seriam em vão, não é mesmo?

 

A transformação cultural é uma estratégia tão importante quanto a própria transformação digital. É ela a responsável por definir a mudança de mentalidade, habilidade, comportamentos e valores de toda a corporação para que a inovação e a tecnologia possam desempenhar a performance idealizada.

 

Além disso, os objetivos a serem alcançados com a transformação digital e as necessidades que a prática destas estratégias envolvem devem estar claras para todos os profissionais da empresa, não apenas para os líderes. 

Responder a algumas perguntas padrão pode ser um passo importante para ter certeza de que toda a equipe está “na mesma página”: 

  • Onde estamos agora? Será que todos os profissionais veem a empresa da mesma forma? Para inserir uma transformação cultural é necessário conhecer e ouvir todos os funcionários e considerar seus diferentes pontos de vista. Existem inúmeras maneiras de fazer isso como entrevistas, formulários e rodas de conversa, entre outros.
  • Onde queremos estar? Estabeleça objetivos claros para que toda a empresa possa mentalizá-los e se dedicar a esta conquista. Buscar a excelência no atendimento ao cliente é um bom exemplo de meta.
  • Por que queremos mudar? Existem motivos que estão levando os líderes da empresa a buscarem a transformação digital, portanto, quais são eles? Expandir para novos mercados? Capitalizar uma nova oportunidade? Resolver um problema da empresa? Quando todo o quadro profissional entende as mudanças e os benefícios que virão no futuro ficam muito mais dispostos e seguros de apoiar toda a transformação.

 

É claro que a transformação cultural não acontece de um dia para o outro. Em uma estratégia centrada no cliente, por exemplo, a cultura pode se estabelecer conforme novas práticas são definidas e constantemente discutidas até encontrarem um equilíbrio e se enraizarem no cotidiano da empresa. 

O mesmo acontece em relação à automação ou segurança, ou quaisquer que sejam os objetivos das estratégias de transformação digital

Ou seja, é a mudança na cultura organizacional a partir de uma comunicação aberta e clara que fará com que a força de trabalho da empresa saiba como as coisas são feitas, como os líderes agem e quais os objetivos a serem conquistados

Neste ponto vale ressaltar que apenas definir valores como agilidade, excelência e diversidade sem realmente agir desta forma é definir a cultura sem buscar a transformação cultural propriamente dita.  

 

Produto G Suite

Por que transformação cultural é um assunto tão atual? 

 

Atualmente muito tem se falado em empresas digitais e tradicionais. Mas qual é a diferença entre elas quanto à forma com que veem a mudança de cultura? 

As chamadas empresas digitais são aquelas que, desde o dia em que foram fundadas, já aproveitavam da tecnologia disponível para maximizar sua performance, crescimento e escalabilidade. 

Os profissionais já foram contratados de acordo com as habilidades necessárias para conduzir suas atividades dentro de uma cultura organizacional de inovação e tecnologia já consolidada. 

O processo de transformação cultural não foi tão necessária, porque ele sempre esteve implícito e claro para todos que iniciaram sua jornada na corporação. Entretanto, não é o que acontece com as empresas antigas. 

As chamadas empresas tradicionais, quando começam a colocar as estratégias de transformação digital em ação, precisam enfrentar inúmeros novos obstáculos. Quase sempre elas foram construídas sobre um legado, e deixá-lo de lado de uma hora para outra pode ser muito perigoso e difícil. 

Afinal, se elas conseguiram manter lucro e crescimento constante durante tantos anos é porque seguiram processos muito bem definidos.

Uma das grandes resistências que permeiam a digitalização das empresas tradicionais é o medo de mudar todos os processos, ferramentas, produtos e serviços que foram fundamentais para seu crescimento e autoridade. 

Isto é, se não dá para mudar o modo como os negócios sempre foram feitos, é necessário encontrar um equilíbrio entre o legado e as iniciativas digitais. 

E, neste caso, a transformação cultural é fundamental para que os objetivos e benefícios da transformação digital fiquem claros. A partir de uma cultura sólida, a equipe se compromete a se atualizar e mudar a forma de trabalho para, juntos, criarem uma sincronia entre iniciativa e execução na empresa como um todo.

 

Outras dificuldades da transformação digital ligadas à cultura empresarial

 

O relatório Culture of a digital age, também da McKinsey, questionou cerca de 2.130 entrevistados sobre quais eram as maiores dificuldades para atender às iniciativas digitais. 

As 5 principais respostas foram:

 

Desafios culturais e comportamentais: 33%

Falta de compreensão das tendências digitais: 25%

Falta de talentos digitais: 24%

Falta de infraestrutura de TI: 22%

Falta de alinhamento de estrutura organizacional: 21%

 

As dificuldades em relação à falta de estrutura de TI e talentos digitais são bastante diminuídas quando os líderes estão abertos ao risco e tem consciência que transformação digital exige investimentos e riscos calculados. 

É perfeitamente possível começar aos poucos, com iniciativas e contratações isoladas e ir aumentando conforme os resultados se mostram positivos. Contudo, evitar riscos e subinvestir dinheiro pode apresentar respostas mais lentas do que as exigências dos clientes e dinâmicas do mercado. 

Os demais desafios apontados na pesquisa podem ser minimizados com uma mudança cultural proativa e rigorosa. É claro que, conforme as estratégias são priorizadas e a equipe vive no novo ambiente, a transformação cultural pode acontecer organicamente. O que acontece é que talvez esta velocidade seja mais lenta do que o necessário.

 

A seguir, vamos pontuar as boas práticas que podem ajudar as empresas no processo de transformação cultural

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3 boas práticas na condução da mudança da cultura organizacional

 

As práticas descritas a seguir podem ser fundamentais durante a transformação cultural e digital das empresas. 

 

1. Ter uma equipe receptiva, começando pelas lideranças

O primeiro passo para a mudança de cultura começa nos líderes da empresa. Antes de identificar uma necessidade de tecnologia e escolher a melhor opção para integrar nos processos da corporação, é fundamental pesquisar e entender tudo sobre o assunto. Afinal, um líder inseguro em sua tomada de decisão jamais conseguiria transmitir confiança para o restante dos profissionais da empresa.

Neste ponto, pode ser importante eleger um profissional que tenha todo o conhecimento necessário para que ele fique incumbido de orientar e treinar os demais líderes em relação às novas estratégias digitais. 

Além disso, apenas líderes e executivos experientes e bem informados conseguem identificar novas oportunidades e inseri-las no cotidiano da empresa.

A partir daí fica muito mais fácil dialogar e mostrar aos demais funcionários os motivos e os benefícios que as mudanças propostas poderão representar para todos. 

Vale lembrar também que as iniciativas vem de cima, mas devem ser compartilhadas com todos para que a transformação cultural e digital seja feita de forma integrada e síncrona entre todas as áreas. 

 

2. Abolir os silos e trabalhar de maneira multifuncional

A mentalidade que vê os muitos times de uma empresa como funções diferentes e separadas sempre foi muito prejudicial para as empresas, principalmente na questão da colaboração e compartilhamento de informações. 

Os desafios de gerir uma empresa a partir de “silos” ficaram ainda mais evidentes com determinados modelos de negócios que demandam integração e multifuncionalidade para serem executados. 

Para eliminar os silos de uma empresa, duas atitudes podem ser positivas:

  • Informação: como perceber uma ameaça grave que pode paralisar toda a empresa ou identificar uma nova oportunidade se os funcionários só conhecem o próprio papel? A colaboração deve fazer parte da cultura organizacional para que todos tenham o mesmo sentimento de responsabilidade pela empresa como um todo.
  • Rotação de funções: rotacionar gestores entre equipes diferentes pode ser uma excelente iniciativa para que todos possam ter uma visão mais ampla de tudo o que acontece nos demais times e até mesmo visualizar mudanças que podem ser positivas para todos.

3. Maior abertura ao risco

Não existe inovação sem riscos, é um fato. Mas isso não quer dizer que as tomadas de decisão tenham que envolver quantias exorbitantes de dinheiro em estratégias digitais que, se não trouxerem os resultados esperados, podem impactar drasticamente a empresa.

O lado positivo da transformação digital é que ela não precisa ser feita de um dia para o outro e pode ser dividida em várias etapas que envolvem investimentos menores e, por isso mesmo, se falharem, não causam grandes prejuízos.

Além disso, faz parte do papel dos líderes mostrar que a cultura organizacional da empresa é aberta ao risco e ao aprendizado que o fracasso pode trazer, desde que a tomada de decisão tenha sido calculada e consciente. 

Neste post você conferiu por que a transformação cultural deve ser desenvolvida ao mesmo tempo em que os investimentos em transformação digital acontecem. Além disso, leu sobre 3 boas práticas para começar a própria mudança cultural da empresa e entendeu que existe uma característica fundamental para que todas as iniciativas sejam bem-sucedidas: uma liderança proativa. 

 

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